Meu pai nasceu em 29 de Dezembro de 1946, no Bairro do Ipiranga em São Paulo. Sua mãe era filha de Italianos e seu pai viera de Minas Gerais para morar em São João da Boa Vista – SP, lá se encontraram e casaram, depois foram tentar a vida na cidade grande. Meu pai nasceu depois da irmã mais velha, e a família se completou com mais três meninos e duas meninas.

Meu avô, após alguns anos, conseguiu abrir um negócio, mas perdeu tudo ao cair num golpe na época da construção de Brasília. Foi enganado por um grupo que vendia cotas, que não existiam, de uma fábrica de cimento, eles prometiam retornos gigantescos e conseguiram enganar muita gente.
Meu avô abandonou São Paulo, retornou a São João da Boa Vista com toda sua família, onde montou uma barbearia. Época difícil, a palavra fartura não estava no vocabulário e meu pai começou a trabalhar com meu avô, mas logo abandonou as tesouras para trabalhar de servente de pedreiro de manhã e cavar fossas na parte da tarde. As necessidades financeiras da família impediram-no de continuar seus estudos.

Aos 18 anos ingressou no serviço militar obrigatório, servindo em Pirassununga na Academia da Força Área. Entrou como soldado e saiu como taifeiro, mas aproveitava as horas de folga para trabalhar com outras coisas. Chegou em Pirassununga solteiro, aqui encontrou minha mãe e casou-se em 1972, quando saiu da AFA já tinha três filhos. Meu avô faleceu no final desta década, vítima da doença de chagas.
Meu pai tem o empreendedorismo pulsando nas veias, antes de ingressar a AFA foi pedreiro e tinha sua própria equipe trabalhando em várias obras na região de São João da Boa Vista, e quando estava servindo na AFA, tinha um buffet, consertava baterias automotivas, e teve diversas outras ocupações. Ele sempre trabalhava muito e intensamente. Sua história é um pouco mais longa, mas esta narrativa é um marco inicial, neste espaço estaremos contando várias outras da família que se misturam com as da empresa.
Mas como tudo começou? Esta era a proposta inicial. Bem, meu pai sempre gostou de cerveja e era assíduo em seus bares favoritos, principalmente no “Bar Joia” que antigamente ficava na Rua Duque de Caxias. É importante lembrar que os bares eram o local de discussões, conversas, encontro de pessoas, mas atualmente até o pessoal da antiga tomam cerveja grudados nas telas de seus smartphones, o que é uma pena. Neste bar muitos funcionários de uma grande empresa de joias da cidade se reuniam para um happy hour e meu pai se tornou amigo de muitos deles. Esta empresa estava em ascensão, conseguira colocar seus produtos na rede Mappin em São Paulo, gerando uma grande demanda de pedidos.
Um dia, muito irritado com todas as dificuldades que ele encontrava para crescer profissionalmente dentro da AFA, meu pai foi para o Bar Joia e lá encontrou um amigo que trabalhava na Bruner, e lá começaram a conversar sobre assuntos rotineiros. Este amigo viera de São Paulo para treinar novos cravadores, pois a empresa precisava qualificar mais pessoas para dar conta das encomendas. Meu pai narrou sobre sua insatisfação e seu amigo jogou uma frase no ar: “Você quer aprender a cravar? Eu posso lhe ensinar”. Esta frase ficou martelando na cabeça dele por alguns dias.
Nesta época meu pai tinha um emprego estável (militar), tinha três filhos, minha mãe acabara de se formar professora, a família tinha muitas demandas financeiras. Quem se arrisca a trocar o certo pelo duvidoso? Afinal, este amigo sempre ensinava pessoas mais jovens, entre 16 e 20 anos, que ainda não tinham uma profissão e começariam com salário de aprendizes, algo que não daria para sustentar uma família.
Bem, meu pai enxergou além de sua realidade, viu naquela frase “você quer apreender a cravar” a realização de muitas outras coisas que ninguém enxergava na época, todos acharam que seria uma loucura dar baixa na AFA e começar do zero. Que bom que ele é um sonhador, enxerga coisas que ninguém vê. Ele deu baixa na AFA em 1979, aprendeu a cravar rapidamente, surpreendendo seu tutor. Montou uma estação de trabalho em casa (bancada) para poder levar serviço para casa, acordava as 4:00 da manhã, cravava até ás 6:40, tomava café e ia trabalhar, quando chegava em casa trabalhava mais um pouco até as 23:00. Neste interlúdio, nasceu o quarto e último filho. Logo que dominou a profissão decidiu montar sua própria empresa, assim surge a Pedrazzini em 1983.
Eu olho para esta história aprendendo que todo empreendedor precisar ver algo que não está lá, visível, palpável, mas se torna realidade quando aliamos nossos sonhos ao nosso esforço e contando sempre com a benção divina.
Assim tudo começou.

Linda a história!!! PARABÉNS a família Pedrazzini!
Conheço esta família desde a minha infância, minha mãe inclusive vendeu jóias no início da empresa! Estudei inclusive com o Marcos desde o prezinho…rs. É um orgulho ver vocês assim, unidos como sempre, e podem apostar que a principal jóia a manufatura é eterna, e a de vocês está sempre brilhando: A família!
Forte abraço!
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Valeu meu amigo Otto. Deus lhe abençoe.
Abraços
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Meus parabéns a esta querida família a quem amo e admiro demais; parabéns pelos empreendimentos, que Deus continue abençoando o trabalho de vossas mãos. Abraços.
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Obrigado Pastor Guto.
Abraços
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